FESTA DO BATISMO DO SENHOR
No Jordão uma voz se levantou: a
voz de João, o maior dos profetas. Chamava à penitência, à purificação. Pode-se
receber o Filho de Deus de qualquer forma? - impuro, imundo?
À voz que paira sobre as águas (do
Jordão) chega a Palavra, o Verbo: Jesus. Batiza-se na mesma água onde tantos
impuros e imundos se purificavam, com desejo de renovação espiritual.
Precisava Jesus de ser batizado?
Não precisava, mas convinha-nos!
Aquelas águas lavavam, mas precisavam de ser
renovadas.
Aquelas águas eram uma torrente de arrependimentos, mas precisavam do
que verdadeiramente purifica: a vida divina.
Nas águas do Jordão está pois a
Trindade: está o Pai (é o seio do amor), o Filho (é o amor manifestado), e está o Espírito (é o amor inspirando).
No Jordão, tudo se manifesta, para
que cada gesto, milagre ou palavra de Jesus seja manifestação ou presença da
Trindade. Foi assim depois do batismo que Jesus recebeu no Jordão. Tudo aqui
começa, tudo fala ou revela o que aqui aconteceu.
Quando a uma mulher rebentam as
águas, dá-se o nascimento. Nós somos fruto de águas rebentadas, das águas das
entranhas de Deus. Sermos batizados é emergir de um rio divino, que nos dá a
possibilidade de renascer cada dia.
E os braços do rio estendem-se pela
terra, rasgando sulcos, penetrando na aridez da terra e gerando vida ao seu
redor. As águas da vida divina continuam pelo sacramento do batismo a fecundar
os corações e a fazer de corações fecundados canais da graça divina. No batismo,
Deus está imerso em mim, e eu imerso em Deus.
Nestes dias de céus abertos, de
manhãs geladas e de sol preciosamente consolador, não nos falte a água do batismo! Que
ninguém despreze o seu batismo mas o viva como Jesus: como um principio gerador
de vida, como a experiência de uma pertença que nunca negamos, como casa de
Deus onde permanece a alegria do evangelho!
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