D. ANTÓNIO FRANCISCO SANTOS
NOVO BISPO DO PORTO
Caros
Diocesanos
Era tão
imprevisível este chamamento que Deus agora me faz que não consegui balbuciar
palavra, quando a decisão do Papa Francisco me foi comunicada.
Sei que é ao
Santo Padre, como Bispo de Roma e Pastor Universal da Igreja, que compete dar
Pastores a todas as Igrejas. Lembrei nesse momento a Palavra de Deus ao Profeta
Jeremias: “Irás aonde Eu te enviar” (Jer 1,7).
Apesar desta
palavra recorrente ao meu espírito e presente no meu coração, muitas as dúvidas
e grande o temor com que me defrontei ao ver as minhas limitações e
fragilidades, perante a grandeza da missão.
Interroguei-me
dia e noite sobre o que posso eu levar de novo a uma Diocese habitada por tanta
gente de bem e de valor e habituada a tão generosos servidores como bispos,
presbíteros, diáconos, consagrados e leigos.
À Diocese de
Aveiro peço a compreensão para este meu gesto ao serviço da Igreja, que em nada
significa, menos respeito ou menor amor. Aveiro sabe como sempre aqui me senti
feliz como bispo e como é grande a dor da separação.
Todavia,
senti que só conseguiria reencontrar a serenidade de coração e a liberdade de
espírito, quando com a ajuda de Deus vencesse todos os receios e temores.
Levo comigo
o modo próximo de ser e de viver, a alegria convicta da fé e o desejo fraterno
de a todos olhar com os olhos de Deus, para a todos servir como Deus quer e
ama.
IN MANUS
TUAS é o lema episcopal que escolhi, quando o Papa João Paulo II, me
chamou a ser bispo auxiliar de Braga e titular de Meinedo. Renovei este mesmo
compromisso diante do Papa Bento XVI quando me enviou para Aveiro. É com igual
verdade que agora o afirmo diante do Papa Francisco. Este lema e os sentimentos
que ele exprime unem-me a Cristo e à Sua Cruz e colocam-me sob o olhar terno da
Mãe de Jesus, Senhora da Assunção, nossa Mãe e Padroeira.
Saúdo, como
irmão que sempre serei, o senhor Administrador Apostólico, D. Pio Alves, os
senhores Bispos Auxiliares, D. António Taipa e D. João Lavrador, os senhores
Bispos Eméritos, os senhores Vigários Gerais, o Cabido da Catedral, os
Sacerdotes, Seminários, Diáconos, Consagrados e Leigos.
Desde já
afirmo a alegria de servir a grande comunidade humana da Diocese do Porto, com
os seus eleitos e representantes autárquicos, as Autoridades Locais, as
Universidades e Escolas, Instituições e Associações.
Quero
dirigir uma palavra de muito afecto às crianças, aos jovens e às famílias.
Serei irmão
e presença junto dos doentes, dos pobres e dos que sofrem e com eles procurarei
fazer caminho de bondade e de esperança na busca comum de um mundo melhor.
Quero ser
apóstolo das Bem-Aventuranças nestes tempos difíceis que vivemos.
Sei que é
grande a missão que agora me é confiada, mas vou com alegria e generosidade ao
vosso encontro para amar a Deus e vos servir.
Alegra-me e
conforta-me ser irmão convosco, tão belo é o testemunho cristão da Igreja do
Porto.
Que Deus me
ajude e vos abençoe.
Abençoai-me,
também vós, caros diocesanos.
Aveiro, 21
de Fevereiro de 2014
+António Francisco dos Santos, Bispo Eleito do Porto
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