BATISMO DO SENHOR


Já adulto, Jesus dá início ao seu ministério público, indo ao rio Jordão para receber de João um baptismo de penitência e de conversão. Acontece aquilo que aos nossos olhos parece paradoxal. Tem Jesus necessidade de penitência e de conversão? Com certeza que não! E no entanto, precisamente Aquele que é sem pecado põe-se entre os pecadores para se fazer baptizar, para cumprir este gesto de penitência; o Santo de Deus une-se a quantos se reconhecem necessitados de perdão e pedem a Deus o dom da conversão, isto é, a graça de voltar para Ele com todo o coração, para ser totalmente seus. Jesus quer pôr-se da parte dos pecadores, tornando-se solidários para com eles, manifestando a proximidade de Deus. Jesus mostra-se solidário connosco, com a nossa dificuldade de nos convertermos, de abandonarmos os nossos egoísmos, de nos separarmos dos nossos pecados, para nos dizer que se O aceitarmos na nossa vida, Ele é capaz de nos elevar e de nos conduzir à altura de Deus Pai. E esta solidariedade de Jesus não é, por assim dizer, um simples exercício da mente e da vontade. Jesus imergiu-se realmente na nossa condição humana, viveu-a até ao fundo, excepto no pecado, e é capaz de compreender a sua debilidade e fragilidade. Por isso, Ele compadece-se, escolhe «padecer com» os homens, fazer-se penitente juntamente connosco. Esta é a obra de Deus, que Jesus deseja realizar: a missão divina de curar quem está ferido e medicar quantos estão doentes, de assumir sobre si mesmo os pecados do mundo.
Bento XVI

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